ENSINAMENTO I

 

1) A experiência do samadhi nos transforma ininterruptamente. Curiosamente, após longa experiência no êxtase, chegamos à indubitável certeza de que somos todos ignorantes, e sempre o seremos.

 

2) Diante do Infinito, como pretendemos nos desvencilhar de toda a ignorância?

 

3) Contudo, cada ser consciente deste Universo, em seu próprio nível, pode (e deve) exercer uma certa medida de esforço, para extirpar toda a ignorância que lhe for possível, dentro de suas limitações, a fim de alcançar uma emancipação consciencial que propiciará a si, e àqueles a quem puder auxiliar, tornar-se um efetivo colaborador do Logos.

 

4) O objetivo de toda a evolução é preparar consciências para a Cooperação Cósmica.

 

5) Filhos meus, não descansem até o bendito dia em que Deus lhes conceda a Graça Infinita do samadhi.

 

6) E quando este dia momentoso se tornar realidade, adiem o sonhado descanso, pois um mundo inusitado e absolutamente glorioso estará à espera, a fim de ser explorado.

 

7) Queridos meus, a única esperança de salvação reside na experiência do samadhi.

 

8) Mas antecipo que esta é uma experiência assaz árdua, pois não expressa repouso, senão uma tensão do espírito sem precedentes.

 

9) Não me peçam maiores esclarecimentos sobre o significado desta tensão, já que a vivência, somente, poderá trazer a perfeita compreensão do que lhes digo.

 

10) O samadhi realmente esgota o físico. O trabalho do espírito é intenso e exige perseverança tenaz.

 

11) Qual o mais corajoso entre os homens?….. Aquele que mais se aprofunda no samadhi.

 

12) Não há coragem no homem armado.

 

13) A presença de uma arma pressupõe o medo.

 

14) O homem realizado no samadhi nada teme. Sua única arma é a afiada espada do espírito.

 

15) Para este iogue “morte” é uma palavra inexistente e Brahman, o Logos Universal, é tudo…

 

16) Nada há no mundo fenomênico que possa causar medo ao iogue abalizado no samadhi.

 

17) Palavras “vida” e “morte”, tais como interpretadas pela Humanidade, não fazem qualquer sentido para o iogue adiantado, pois, para sua consciência, TUDO é Vida, TUDO é Brahman…

 

18) Por isso o homem deve desejar, com fervor, transcender a sua própria ignorância, pois ela o subjuga à Maya, a grande ilusão.

 

19) Filhos meus, aspirem ao samadhi e escapem o quanto antes das malhas de Maya!

 

 

ENSINAMENTO II

 

1) Maya aprisiona a consciência nas teias da ignorância.

 

2) A ignorância gera o egoísmo, este propicia as mais diversas espécies de medo, que provoca ansiedade, apego, impulsividade e agressividade. Estes sentimentos, por sua vez, alimentam mais ainda o medo, tornando-se um círculo vicioso. 

3) Somente o samadhi solucionará este intrincado problema. Fora do samadhi não há esperança para o homem. Samadhi é liberdade!

 

4) A real transformação se opera através do samadhi.

 

5) Não há escravidão para o iogue experiente no samadhi.

 

6) Maya perde, progressivamente, o seu poder sobre o homem que avança no samadhi.

 

7) De início, o iogue não percebe mudanças satisfatórias em seu comportamento diário.

 

8) É preciso muita prática meditativa em samadhi, para que se transcenda Maya. Este foi o motivo pelo qual muitos iogues permaneceram, às vezes anos a fio, em estado extático.

 

9) No entanto, não é este o Plano estabelecido por Deus, para a época atual.

 

10) Um novo método iogue, a Omkaarambindu Agni Yoga, foi doado à Humanidade, para que o praticante concilie suas experiências de samadhi com o constante auxílio aos discípulos.

 

11) A Omkaarambindu Agni Yoga dispensa o iogue do afastamento da vida diária, para a aquisição da consciência de samadhi.

 

12) As primeiras etapas pelas quais passa o iogue, que alcança o samadhi, são árduas, já que ele não consegue trazer para as ações do cotidiano suas recentes conquistas. Maya ainda é vitoriosa sobre este iogue, em muitas ocasiões.

 

13) Esta etapa é definida, em linguagem esotérica, como savikalpa samadhi. O iogue experiencia o samadhi, mas sente-se “separado da Divindade” e após “retornar” ao mundo dos homens é novamente acometido de ilusões.

 

14) A duração desta etapa dependerá da bagagem evolutiva que o iogue trouxe de vidas pretéritas. Pode durar meses, anos ou toda a presente encarnação do iogue.

 

15) De princípio, parece ao iogue, que ambos os mundos (o do samadhi e o mundo fenomênico) são irreconciliáveis. Então, poderá lhe advir estados de desânimo temporário.

 

16) Com o objetivo de ultrapassar esta etapa de savikalpa samadhi, Sri Ramakrishna permaneceu durante seis meses em estado extático. Alcançou então o estado de nirvikalpa samadhi, em que o iogue sente-se UM com o Todo. No entanto, faltava-lhe um nível maior de Iniciação (embora fosse ele um grande Iniciado), para sustentar este estado de nirvikalpa samadhi, durante todo o tempo, em seu dia-a-dia.

 

17) Esta dificuldade reside no fato de que um Ser, por mais elevado que seja, uma vez ocupando uma forma física, está sujeito a ocasionais perdas de lucidez perceptivas, no que se refere à transcendência de Maya.

 

18) É possível adquirir perfeita e ininterrupta lucidez acima de Maya, mas somente ao Iniciado que conquistou o Brahman samadhi ou Brahman nirvana (o mais alto nível do nirvikalpa samadhi), que exige uma muito elevada Iniciação.

 

19) Esta é a meta para todos, pouco importa o tempo que tal conquista possa levar para ser alcançada.

 

 

ENSINAMENTO III

 

1) O samadhi proporciona os mais diversos estados de consciência, até que se conquiste a total libertação interior.

 

2) Não se pode descrever em palavras o que se experiencia durante o samadhi.

 

3) O iogue adquire a consciência de Deus, como uma Realidade vivente.

 

4) É indescritível o amor que sente o coração do iogue, durante o samadhi.

 

5) A gratidão lhe dá a sensação de que irá explodir em graças…

 

6) E o que dizer da alegria? Sorrisos e lágrimas são comuns ao iogue imerso em êxtase profundo, mergulhado em Deus.

 

7) A gratidão vivenciada no samadhi é o Próprio Deus, assim como a alegria e as demais virtudes também O são.

 

8) Com a gratidão o iogue conquista o contentamento e a beatitude.

 

9) Nas etapas superiores do nirvikalpa samadhi lhe advirá a bem-aventurança, a glória dos Buddhas perfeitos.

 

10) A compaixão por todos surge espontaneamente no coração de um iogue adiantado em nirvikalpa samadhi, pois, para a sua percepção, os demais seres dormem um sono profundo, acreditando-se, contudo, acordados.

 

11) Maya seduz e engana a todos, enquanto Deus está ali, bem próximo, mas não é percebido, senão pelo iogue conquistador do samadhi.

 

12) Maya é fomentada na consciência iludida dos homens por “Mara”, a força do Mal.

 

13) Os seres das sombras elegeram Maya sua Deusa e de tudo fazem para manter os homens subjugados ao seu poder.

 

14) Tais seres envolveram-se, por livre arbítrio, com forças descensionais do Logos, que precipitam-se na matéria, a fim de manter o mundo fenomênico em existência temporária no Cosmos e tornaram-se escravos destas poderosas energias, que, por si só, não são más, porém não estão relacionadas à evolução do homem atual e, portanto, não devem ser invocadas por ele.

 

15) De todas as formas, tentam os emissários de “Mara” alimentar Maya na consciência da Humanidade. Até o dia de hoje têm obtido êxito, até mesmo sobre grande parte dos Iniciados.

 

16) Todas as religiões são filhas de Maya e de “Mara”, pois procuram aprisionar a consciência do homem. O cientista, quando liberto de dogmas e preconceitos, quando detentor de caráter e pureza de intenção, está cumprindo mais a vontade de Deus do que os religiosos mergulhados no lodaçal de Maya e “Mara”.

 

17) A religião aprisiona a consciência, o samadhi a liberta para sempre.

 

18) Todo dogmatismo acorrenta o homem às cadeias de Maya e “Mara”.

 

19) O samadhi livra o homem de todas as prisões, sequelas da grande ilusão.

 

 

ENSINAMENTO IV

 

1) Os estudantes poderão arguir sobre o que mais terá a realizar o iogue que realizou a si mesmo, através do nirvikalpa samadhi?

 

2) À medida que um homem atinge patamares cada vez mais altos de realização interior, torna-se responsável pela realização de outros.

 

3) As lutas e sofrimentos daqueles que vêm atrás de si passam a ser “seus”.

 

4) Embora pareça fácil, aquele que alcançou a graça do samadhi, muito esforço terá que despender e muitas derrotas interiores terá que sofrer, a fim de alargar suficientemente a sua visão interna, para gozar a bem aventurança do nirvana.

 

5) Este gozo, contudo, é experienciado somente em seu íntimo, pois externamente o iogue bem-aventurado dá continuidade a um árduo trabalho em prol da evolução daqueles que Deus lhe confiou os cuidados, daquela parcela da Obra divina que Deus depositou em seus ombros calejados, mas jamais cansados.

 

6) O iogue sempre deverá ser um “lutador” infatigável pela causa do Bem, um pioneiro, um protetor e guia paternal de seus discípulos, independente de seu grau de consciência, independente de seu status evolutivo ou da posição que ocupe da Hierarquia Divina.

 

7) Um verdadeiro iogue deve estar disposto a todos os sacrifícios, para o Bem Maior. O samadhi expandirá a capacidade de auto sacrifício do iogue ao infinito.

 

8) O maior inimigo do iogue será o medo, pois este é o maior inimigo de toda a Humanidade.

 

9) O iogue deverá ser incansável na busca de uma consciência que transcenda TODOS os medos.

 

10) O medo no interior de um iogue indica que sua entrega à Deus não é total, que sua convicção na Omnipresença de Deus não é firme.

 

11) Nada, absolutamente NADA deve abalar a estrutura interior de um verdadeiro iogue de Deus, mesmo que sua vida esteja em jogo. Sua confiança deverá ser impecável, pois ele deverá saber que Deus É TUDO e, portanto, TUDO É. Sendo assim, não há lugar para qualquer medo, já que o medo entra onde há espaço vago deixado pelas falhas na realização de Deus em si mesmo.

 

12) Medo é Maya. Maya é ignorância da Verdade.

 

13) Um iogue que alcançou os altos níveis do nirvikalpa samadhi reconhece Deus como Um Grande Propósito e sabe, portanto, que Sua Vontade está acima de todo o mal, de toda a ignorância, de toda Maya, de todo medo.

 

14) O iogue, acima descrito, adquire também a consciência da perfeita Unidade com este Grande Propósito. Portanto, ele sabe e SENTE que TUDO É UM.

 

15) Este iogue VÊ Deus em tudo e todos.

 

16) O mais alto nível de Iluminação virá ao iogue, quando estas conquistas se tornarem realidades em sua consciência.

 

17) Um dos grandes desafios do iogue adiantado no nirvikalpa samadhi será o desenvolvimento de uma percepção sutilíssima durante e após o êxtase místico. Isto porque ele observará a extrema, a imensa disparidade que há entre os dois mundos em que vive simultaneamente: o mundo da Realidade Absoluta e o mundo fenomênico (material), mesmo percebendo Deus em Tudo.

 

18) Durante os primeiros contatos que o iogue estabelece com o plano nirvânico, sua percepção imediata o leva a crer que está vivenciando o “Vazio” cósmico, tamanha a sutileza do nível cósmico “tocado” por sua consciência. No entanto, se persistir incansavelmente em suas práticas perceberá, aos poucos, uma portentosa Consciência Cósmica dotada de uma Impessoalidade, inexplicável por meio de meras palavras, plena de vida e labor. Este nível indica ao iogue que sua consciência já é a de um Adi-Buddha. Neste ponto, a maior dificuldade do iogue jaz na sutileza cada vez maior dos planos contatados por ele. Sua percepção deve ser alargada a todo custo e isto exige extenuante entrega e prática.

 

19) Ao “sair” deste estado de êxtase interior e “cair” na rotina diária, ao lado de seus discípulos, este iogue adiantado exerce, diariamente, um enorme sacrifício, pois os que vivem consigo ainda são acometidos por diversas atitudes mayávicas e, deste modo, o iogue se vê obrigado a desacelerar o seu voo sideral, por amor aos seus.

 

 

ENSINAMENTO V

 

1) Afinal, qual é a Realidade? É o mundo fenomênico, que percebo com os meus sentidos ou é o que percebo e vivencio durante o samadhi? Esta pergunta poderá surgir na mente do iogue, logo nas primeiras etapas de suas experiências em savikalpa samadhi.

 

2) O Plano de Deus estabelecido para a Nova Idade de Ouro levará o iogue a enxergar o valor relativo do mundo fenomênico e nele continuar trabalhando, executando as suas obrigações, ao invés de negá-lo, imergindo-se em contínuo samadhi.

 

3) Foi estabelecido para a Nova Satya Yuga que o homem perceba a Divindade em tudo e, deste modo, transforme o plano físico num reflexo do plano espiritual.

 

4) O iogue deve reconhecer as belezas da matéria (porque as há) e, ao mesmo tempo, manter a sua consciência na única Realidade (Brahman), A Qual anima esta matéria.

 

5) Este representa o maior dos desafios: não abandonar o mundo, mas estar nele, mantendo a perfeita percepção do Deus Imanente e Omnipresente em si, nos demais seres, em tudo.

 

6) Os grandes Mestres estão reencarnando no Ocidente, em novas roupagens físicas. Neste plano permanecerão por um período de tempo extremamente longo, ao lado de Sri Maitreya Buddha, a fim de efetivamente transformarem o planeta Terra no Lar do Novo Mundo.

 

7) Em 20 de agosto de 2002 iniciou-se oficialmente a Sinarquia na Face da Terra. Até então, este Governo oculto do mundo somente possuía Sede no Centro subterrâneo do planeta, conhecido por vocês como Shamballah.

 

8) Em 29 de agosto de 2002 a Agharta exteriorizou-Se na Face da Terra, embora em matéria etérea, sobre certa região da mata do Roncador, próxima ao Ashram de Sri Maitreya Buddha, provocando fenômenos físicos que têm se prolongado, desde então.

 

9) O iogue deverá aprofundar-se nas práticas do samadhi, para atualizar o desenvolvimento do terceiro olho. O reconhecimento da presença de Seres Ardentes, que, porventura, venham a se aproximar do iogue, será executado pela ação do terceiro olho.

 

10) O Ser Ardente (que poderá ser um grande Mestre) não necessitará materializar-Se, nem mesmo em forma astral, a fim de que o iogue O perceba, pois o terceiro olho bem desenvolvido, deste iogue, reconhecerá o Visitante Ardente pela Sua Presença Divina.

 

11) À medida que o iogue aprofundar-se no samadhi, suas percepções serão mais e mais sutis, pois ele irá se deparar com uma Divindade cada vez mais “rarefeita”, se assim posso expressar. Nestes assuntos, as palavras sempre são inadequadas, devido à natureza do que se está tentando explicar.

 

12) O mundo da Realidade Divina parecer-lhe-á quase que impalpável. O iogue deverá educar sua mente de maneira firme, para que ela fixe-se neste Real e não titubeie, pois o intelecto viciado na Maya tentará pregar-lhe armadilhas, fomentado pelas forças cegas de “Mara”, os vigilantes incansáveis da mão esquerda.

 

13) Com o tempo, uma iluminação mais alta será a sua conquista. As forças do Mal, no fim, acabam sendo benéficas, pois elas fortalecem o iogue, proporcionando-lhe uma capacidade de enfrentar as situações mais inusitadas da vida.

 

14) O iogue que foge de um confronto com Maya e “Mara” está fugindo de sua própria evolução.

 

15) O iogue perfeito acaba por enxergar Deus em Maya e “Mara” e adquire paz profunda, pois nada será capaz de afetá-lo, já que sua consciência estará imersa na Realidade Absoluta, onde não há repouso, como já foi dito, mas suprema Tensão Cósmica.

 

16) Entretanto, o mundo sofre todas as consequências de Maya e “Mara”, por cegueira interior. É por este motivo que os grandes Mestres intervêm a favor da Humanidade contra os seres trevosos, pois, esses acabariam por aniquilar todo o gênero humano, devido à fragilidade consciencial em que se encontram as pessoas deste mundo.

 

17) Os grandes Mestres sabem que somente o samadhi livrará o homem da escravidão efetuada por Maya e “Mara”.

 

18) Um discernimento refinado deve surgir do seio mental do iogue adiantando em nirvikalpa samadhi, para que sua ação no mundo seja perfeita e possa verdadeiramente auxiliar os demais que ainda estão iludidos por Maya, a grande enganadora, a Hydra hipnotizadora de homens. Este discernimento lhe demonstrará o Real Imutável no e por trás do irreal efêmero, mantendo a sua consciência livre dos ataques de Maya e “Mara”.

 

19) Um Buddha é Aquele que atingiu este perfeito discernimento.